segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

RUI MARTINIANO 1954-2018


Vítima de aneurisma, morreu anteontem Rui Martiniano, o editor que, na qualidade de poeta, assinava Rui André Delídia.

Martiniano abandonou a actividade bancária para fundar a Hiena, editora marginal porém muito exigente, que tem no seu catálogo dois livros de Fernando Assis Pacheco, sendo um deles a primeira reunião da poesia completa do autor, uma colectânea de traduções feitas por Herberto Helder, além de livros de Raul Leal, António José Forte, Adília Lopes, Oscar Wilde, Djuna Barnes, Boris Vian, Marguerite Duras, Saint-John Perse, Marina Tsvétaïeva, Walter Benjamin, Thomas Bernhard, Mandelstam, Beckett, Nietzsche, Joyce, Hofmannsthal, Rilke, Céline, Rimbaud, Baudelaire, Genet, Lorca, Artaud, Nerval, Kafka, Mallarmé, Bataille, Michaux, Tzara, Pound e dezenas de outros.

Em 1991, com o título Arte Inútil, publicou a sua própria poesia reunida (escrevi sobre o livro no n.º 135-36 da revista Colóquio-Letras). Nos últimos anos dedicou-se à actividade de alfarrabista, na Rua Anchieta, ao Chiado. Tinha 64 anos.

Imagem de Edgar Pêra, roubada a Diogo Vaz Pinto. Clique.