quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

GONÇALO M. TAVARES


Hoje na Sábado também escrevo sobre O Reino, de Gonçalo M. Tavares (n. 1970). Entre os novos, ou seja, entre autores com menos de 50 anos, o autor distingue-se pela produção torrencial: somando romance, poesia, teatro e outro tipo de narrativas, algumas de natureza ensaísta, são 36 títulos em 16 anos. Agora, para assinalar o 10.º aniversário do fim da tetralogia O Reino, foram publicados em volume único os denominados romances: Um Homem: Klaus Klump / A Máquina de Joseph Walser / Jerusalém / Aprender a rezar na Era da Técnica. O mais recente, Aprender a rezar na Era da Técnica, foi o que suscitou maior empatia junto da crítica e do público. Dispensar preliminares e abrir com uma cena de sexo é um teaser infalível: «E o adolescente Lenz, determinado, avançou sobre a criadita.» Em adulto terá outra desenvoltura, como ilustrado na cena de sodomia (ou será apenas na posição de cachorro?). Como da primeira vez, o acto é presenciado: ali pelo pai, aqui por um vagabundo. Continuamos a falar de sexo. O resto é metafísica, mais ou menos germânica, área em que Tavares encontrou o seu nicho de eleição. Isso também o destaca da produção dominante. Quatro estrelas. Publicou a Caminho.