Passou despercebida a notícia de que a Academia Sueca pediu formalmente à Academia das Ciências de Lisboa a indicação de um candidato ao próximo Prémio Nobel da Literatura: «Em nome da Academia Sueca [...] temos a honra de vos convidar a nomear, por escrito, um candidato (ou candidatos) ao Prémio Nobel da Literatura para o ano de 2018.» O primeiro subscritor da carta, datada de Novembro, é Per Wästerberg, chairman do Comité Nobel.
Assim, no passado dia 11, os membros da Classe de Letras da Academia de Ciências de Lisboa indicaram os nomes de Manuel Alegre, o mais votado, e Agustina Bessa-Luís. Tirando o Expresso e a revista Sábado, não vi a notícia em mais lado nenhum.
Os candidatos ao Nobel não são propostos pela opinião pública, nem pelas redes sociais, nem pelos media, nem por associações e lobbies corporativos, nem por campanhas agressivas de marketing. São propostos por antigos laureados, por Academias nacionais ou instituições de prestígio irrefutável. E até pode não existir proposta e o Comité Nobel saber exactamente o que quer. O resto é ruído.