Era neste edifício de Jean Nouvel, a Torre Agbar, que a edilidade de Barcelona tencionava instalar a Agência Europeia do Medicamento. O facto de lá estar a funcionar a Companhia das Águas da cidade é um pormenor descartável. Ada Colau, a alcaldesa da capital catalã, no melhor espírito aqui quem manda sou eu, ofereceu a torre icónica na convicção de deslumbrar este mundo e o outro. Agora, face à escolha de Amesterdão, andam todos (em Barcelona) a arrancar os cabelos uns aos outros, com acusações mútuas de boicote.
A DUI é o pretexto mais enfático, mas, com DUI ou sem DUI, nenhuma cidade situada fora do eixo Bruxelas/Berlim teria condições de ser escolhida. Barcelona gastou milhões numa candidatura tão mirífica como a do Porto, que não sei quanto gastou, mas terão sido centenas de milhares de euros, que faziam mais falta para requalificar toda a área da Campanhã, entre outros exemplos possíveis.
Se Rui Moreira, o presidente da Câmara do Porto, fosse inteligente, teria percebido, no dia em que Lisboa desistiu, que tudo não passava de um jogo de sombras.