Albérico Afonso Costa acaba de publicar Setúbal Cidade Vermelha, relato minucioso de como a cidade viveu os 19 meses do PREC. Não é a primeira vez que o historiador elege Setúbal como foco central da sua obra: Roteiro Republicano de Setúbal», publicado em 2010, ou o mais ambicioso História e Cronologia de Setúbal 1248-1926, publicado em 2011, são obras de referência. Como anteontem lembrou Fernando Rosas na apresentação do livro, sem o detalhe local a História fica incompleta (cito de cor). Certas passagens são de leitura compulsiva. Os ‘insurgentes’ da extrema-esquerda dos anos 1970 encontram aqui um circunstanciado tour d’horizon das suas utopias. Dividido em cinco partes, o volume contém, ao longo de 335 páginas, cronologias dos anos de 1974 e 1975, vasta iconografia (capas de jornais, cartazes, fotografias) do período em análise, inserts de declarações e obras de terceiros, entrevistas com uma vintena de protagonistas, tábua de siglas, bibliografia e um exaustivo índice remissivo, cuja consulta depende do apoio de uma boa lente. A edição é da Estuário.