sexta-feira, 15 de julho de 2016

A BANALIDADE DO MAL


A tragédia de Nice tornou-se trivial na Europa. Um pesadelo: vindo do nada, um camião de grande porte avançou ontem à noite sobre a multidão que assistia ao fogo-de-artifício na Promenade des Anglais. Até ao momento, estão confirmados 84 mortos e mais de 150 feridos, um terço dos quais em estado grave. Sem pudor, as televisões mostraram corpos despedaçados. Depois de percorrer dois quilómetros, o condutor (um franco-tunisino de 31 anos) foi abatido. Num ápice, vários hoteis foram transformados em hospitais de campanha. Hollande prolongou o estado de urgência por mais três meses. De que serve, se um camião de grande porte pôde percorrer dois quilómetros de uma área vedada ao trânsito?

Nice não é uma vilória obscura, é a 5.ª cidade de França, apenas superada por Paris, Marselha, Lyon e Toulouse. Com uma população equivalente à do Porto, cerca de 360 mil habitantes e uma área metropolitana de dois milhões, é também um símbolo da Côte d’Azur. Detalhe curioso: só desde 1860 faz parte do território francês.