A pretexto do aumento residual do salário mínimo e de algumas prestações sociais, a Direita repete todos os dias que o Governo conduz o país para o abismo. Passos, Cristas e respectivos corifeus não poupam no catastrofismo. Mas foi o executivo PSD/CDS quem, duas semanas antes das eleições de Outubro, aumentou os salários do chefe de gabinete, dos assessores e das secretárias pessoais do Tribunal Constitucional. O decreto-lei é de 16 de Setembro. Desse modo, o chefe de gabinete do presidente do TC passou a ter direito a um salário bruto de 4.150 euros (em vez de 3.375), os assessores 3.500 (em vez de 2.700) e as secretárias pessoais 2.000 (em vez de 1.856). A mim não me incomodam nada os salários altos e, para ser franco, estes valores estão longe de ser altos. Depois da retenção do IRS e da quota da Segurança Social, sofrem um corte nunca inferior a 42%. Se necessário fosse, fica demonstrado o comportamento bipolar da oposição. Já agora, referir que o ministério das Finanças ainda não começou a processar os novos valores.