domingo, 1 de novembro de 2015

CHUTZPAH

Entre 22 de Outubro, data em que indigitou Passos Coelho, e anteontem, data em que empossou o primeiro-ministro, o Presidente da República engoliu vários sapos. Não foi ele que mudou. A mão que escreveu o discurso de 30 de Outubro não pôde ignorar o eco internacional da catilinária com que pretendeu ilegalizar três partidos com representação parlamentar (BE, PCP, PEV), subtraindo direitos de cidadania a um milhão de eleitores. Não foi um eco qualquer. Bastar ler o Wall Street Journal, a Forbes, o New York Times, La Tribune, o Huffington Post, o Telegraph ou mesmo o conservador Tagesspiegel, coincidindo todos na tese da usurpação de poder ou, na fórmula de Jacques Sapir, “golpe de Estado silencioso”, para termos a noção de como a imprensa de referência leu Cavaco Silva. Isso levou ao discurso soft de anteontem. Tão simples como isto.