Nas eleições de ontem, a PAF perdeu 746 mil votos relativamente à soma do PSD e do CDS em 2011. E também perdeu 25 deputados, admitindo que sejam seus 3 dos 4 deputados da emigração. Em 2011, PSD e CDS elegeram 132 deputados, agora não devem passar de 107.
Em contrapartida, o PS teve mais 172 mil votos do que em 2011. E mais 12 deputados: tinha 74, consegue agora 86.
Com 19 deputados, o BE ultrapassa a CDU, que fica com 17. Ambos sobem, mas o salto do BE tem outra amplitude. Um pequeno partido, o PAN, elege um deputado.
Tudo visto, salvo surpresas na emigração, a composição da Assembleia da República será assim: PSD 89 / PS 86 / BE 19 / CDS 18 / CDU 17 / PAN 1. Com 107 deputados, é natural que a PAF forme Governo.
Cabe à maioria de Esquerda fazer bom uso da nova correlação de forças, revogando (repito: revogando) várias leis aprovadas nos últimos quatro anos. E fazendo aprovar outras que foram chumbadas. Assim que tomou posse em Janeiro de 1980, Francisco Sá Carneiro revogou toda a legislação aprovada pelo Governo de Maria de Lourdes Pintasilgo.
Ao PS cabe uma responsabilidade acrescida: impedir que o Orçamento de Estado para 2016 seja inconstitucional, como sucedeu com dezenas de normas de todos os orçamentos elaborados a partir de 2011.
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