Horroriza-me que tanta gente, e não estou a falar de guardadores de rebanhos, olhe para as eleições do próximo 4 de Outubro como quem discute as razões de preferir Cacela à Quinta do Lago. No momento em que um vórtice de akrasia engole a Europa (meio milhão de desempregados, a deriva dos refugiados, as fronteiras blindadas, a provável vitória da Direita na Grécia, o imbróglio da Catalunha, o envolvimento do Reino Unido e da França na Síria, para só citar os casos mais gritantes), um terço dos portugueses prepara-se para não ir votar e outro terço acredita no milagre de Fátima. Porém, nunca tanto esteve em jogo como nas eleições de 4 de Outubro. Depois não se queixem.