sábado, 14 de novembro de 2020

A TRAPAÇA

Os media, por causa das audiências, e os Governos (em todo o mundo) à boleia da ansiedade das respectivas opiniões públicas, não se calam com as vacinas para o Covid-19.

Tendo a Comissão Europeia feito uma encomenda a ratear pelos Estados-membros, o Parlamento Europeu levantou (e bem) a questão de saber quem indemniza quem no caso, muito provável, de efeitos colaterais danosos.

Com a pressa, os laboratórios ditos de referência estão a ser exonerados de etapas até aqui obrigatórias na certificação de vacinas. Quanto se sabe, os contratos feitos com esses laboratórios endossam aos Estados toda a responsabilidade.

O que me faz confusão é ver tão pouca gente interessada nos aspectos práticos da “descoberta”.

Admitindo que apareça uma — abstenho-me de comentar as “vacinas” da China, da Rússia e de Israel, embora me pareça estranho que as suas patentes não tenham sido disponibilizadas ao vasto mundo —, quantos países, no Ocidente, teriam capacidade de a produzir em quantidade suficiente e tempo útil? Estamos a falar de nunca menos de dois mil milhões de doses.

Não está na altura de pôr um ponto final na trapaça? Não era mais sensato admitir que estão a ser feitos esforços (acredito que sim) para “acertar” com a terapêutica adequada, fazendo do Covid-19, como se fez da Sida, uma doença crónica sob controlo?