terça-feira, 17 de dezembro de 2019

NONSENSE

Desde sempre, e de forma violenta entre 2008 e 2016, a Direita não se cansou de bramar contra o alegado despesismo dos executivos PS. A “bancarrota“ de 2011 deveio mantra da esquizofrenia índigena.

Convém não esquecer que sem o chumbo do PEC IV não teria havido necessidade de intervenção externa. E que esse chumbo resultou da coligação BE-PCP-PEV-PSD-CDS. Até Merkel, que apoiava o documento, achou deplorável.

E agora que o OE 2020 está na calha, todos invectivam as “cautelas” de Centeno. O mais extraordinário é que o excedente orçamental, o primeiro em muitas décadas, tenha virado crime de lesa Pátria.

Há pouco, em conferência de imprensa, o ministro foi peremptório — «As escolhas são muito claras: SNS, redução da pobreza, jovens, desafio demográfico e investimento. Se quisermos alterar estas prioridades, temos de apresentar alternativas

Significa isto que estou satisfeito com aquilo que se conhece do OE 2020? Na parte que me toca mais directamente (a pensão e os impostos), não, não estou satisfeito. Mas os herdeiros de Medina Carreira deviam estar. Não era isto que eles queriam?