Inaugurado há três anos, o MAAT — Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, da EDP — não resistiu à depressão Elsa. Não se compreende. As cheias do Douro podem ter sido as maiores desde 2006, mas em Lisboa foi uma tarde e uma noite de Inverno igual a tantas. Complicada pelos estorvos da mobilidade, sem dúvida, mas já vi muito pior.
As medidas de precaução tomadas pelas autoridades (como a supressão das carreiras fluviais entre Lisboa e a margem Sul entre as 16:00 de quinta-feira e as 08:00 de sexta, restrições nas duas pontes, etc.) só se compreendem à luz da síndrome Pedrógão. Admitamos que mais vale prevenir que remediar.
O que se passou no MAAT é bizarro. O viaduto de 124 metros que passa por cima da Avenida da Índia, ligando o museu ao Largo Marquês de Angeja, ficou intacto. Mas a pala da entrada principal ruiu. Estamos a falar de um edifício alegadamente construído com a crème de la crème da tecnologia, por dezassete milhões de euros. Espero que a sinóloga italiana Beatrice Leanza (a directora do museu que sucedeu a Pedro Gadanho) peça responsabilidades à arquitecta britânica Amanda Levete.
Para já, sabe-se que o museu só reabre a 27 de Março, embora a Central Tejo, que faz parte do núcleo do MAAT, continue aberto. Curiosamente, na Central Tejo, que tem mais de cem anos, nem uma chaminé abanou.
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