segunda-feira, 20 de agosto de 2018

ELE TAMBÉM


Asia Argento, uma das treze mulheres que em 2017 acusaram o produtor Harvey Weinstein de abuso sexual, quis comprar o silêncio do menor abusado por ela, em Maio de 2013. A vítima, o actor e músico de rock Jimmy Bennett, tem hoje 22 anos. Mas no dia do abuso tinha 17, ou seja, era um menor face à lei da Califórnia, onde a autodeterminação sexual só se atinge aos 18. Depois de ajudar a fundar o movimento MeToo, a viúva de Anthony Bourdain tentou subornar Jimmy com 380 mil dólares. Perturbado com a repercussão traumática do caso Weinstein, o jovem actor exige agora uma indemnização de 3,5 milhões de dólares, a título de «sofrimento emocional, assalto e agressão». Asia Argento, que se gabava de liderar o campo de caça a Weinstein, tem oportunidade de provar o próprio veneno.

Clique na imagem do New York Times.

domingo, 19 de agosto de 2018

AINDA LE PEN

Leio por aí que Marine Le Pen não pode ter tratamento diferente do concedido a Yanis Varoufakis, que veio a Lisboa defender os seus pontos de vista. Inteiramente de acordo. Há um porém: que eu saiba, o antigo ministro grego não onerou a fazenda nacional. Veio a convite de uma agremiação política.

O que sucederia com a líder do Rassemblement National era outra coisa. Porquê? Porque a Web Summit é largamente subsidiada pelo Estado português. O senhor Paddy Cosgrave não escolheu Lisboa por gostar de sardinhas. Escolheu Lisboa porque, aqui, gasta um terço do que gastaria em Madrid ou um sexto do que gastaria em Londres. É tão simples como isso.

Os contribuintes portugueses não têm de subsidiar os statements da senhora Le Pen, nem, evidentemente, os de Varoufakis. No dia em que uma instituição privada, ou um conjunto de cidadãos reunidos em crowdfunding, decidir convidar a senhora, o caso muda de figura. Eventos patrocinados com os nossos impostos e as nossas taxas camarárias é que não.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

O RESTAURANTE


A RTP2 transmitiu hoje o 10.º e último episódio da primeira temporada da série sueca Vår tid är nu, dirigida por Harald Hamrell, exibida entre nós como O Restaurante

Não é Bergman, já sabemos, mas tem qualidade muito acima da média. Pano de fundo da intriga, a reconstrução da sociedade sueca após 1945: avanço da social-democracia (Olof Palme surge neste 10.º episódio como jovem sindicalista de 24 anos; noutros episódios surgem também Per-Albin Hansson e Tage Erlander, antigos primeiros-ministros), evolução dos costumes, desvios à normatividade sexual, arranque da segurança social, ascensão dos sindicatos, paridade de género, etc. Cronologicamente, esta primeira temporada termina em 1951.

Mas a série tem trinta episódios, divididos por três temporadas, exibidas na Suécia em 2017.

A RTP comprou apenas a primeira? Porquê? E se comprou as três, por que raio não exibe tudo seguido? Pergunto isto porque, na programação do próximo dia 20, está outra no seu lugar.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

KUSHNER & MURDOCH


Hoje na Sábado escrevo sobre O Quarto de Marte, o romance mais recente de Rachel Kushner (n. 1968). O marketing tomou conta da literatura. Autora de três romances e uma colectânea de contos, a autora foi comparada a Dickens. Não havia necessidade. Com o apoio de James Wood, Jonathan Franzen, George Saunders e outros, passa bem sem os ditirambos. Quem quiser conhecer alguma coisa acerca do sistema prisional da Califórnia, deve ler o livro. Não se assuste com o título, é apenas o nome de um clube de lap dance. Sobre prisões, Ms Kushner terá investigado tudo o que havia para investigar. O resultado não é exaltante, pese embora o excepcional conseguimento da tradução de José Miguel Silva. Romy Leslie Hall, a protagonista, tem 29 anos. Em 2003 ainda cumpre duas ‘perpétuas’ na penitenciária feminina de Stanville. O inventário dos procedimentos é um empecilho, mas os relatos em flashback, em especial os episódios de sexo, estão bem esgalhados. Romy destaca-se das mulheres que compõem o universo prisional. Quem leu Orange Is the New Black: My Year in a Women’s Prison (2010), o livro de memórias da lésbica radical-chic Piper Kerman, acusada de tráfico de drogas e fraude fiscal, conhece a fonte de Ms Kushner, colaboradora de revistas selectas, como New Yorker ou Paris Review e, portanto, merecedora de todos os créditos. A estrutura narrativa apoia-se numa sucessão de histórias almodóvarianas em clave americana, como as que vimos na série da Netflix feita a partir do livro de Piper Kerman. O ponto é esse: com todos os seus pergaminhos literários, Ms Kushner não acrescenta nada ao já lido e visto sobre wrong gender, mulheres abusadas e violência extrema do sistema policial e penitenciário (as mulheres são quase todas negras e pobres). Lyndon B. Johnson, o presidente que jurou a Constituição ao lado do corpo de Kennedy, e Richard Nixon, o presidente demitido após o Caso Watergate, fazem parte da intriga, o primeiro por causa de chuveiros genitais, o segundo a pretexto de música country. E também Dostoievski, presumo que para dar espessura. Três estrelas. Publicou a Relógio d’Água.

Escrevo ainda sobre O Sonho de Bruno, de Iris Murdoch (1919-1999), romancista e académica na área da filosofia. As questões morais foram sempre decisivas na obra. O Sonho de Bruno, um dos seus romances mais aclamados, foi agora publicado. Narrado na terceira pessoa, conta a história de Bruno, um homem de idade avançada deformado pela doença: «Ele sabia que se tornara um monstro.» Espera pela morte em casa de Danby, o genro viúvo. Intriga em família, portanto. À beira da morte, tudo gira em torno da essência da vida. Bruno tem duas obsessões: aranhas e selos. Estudou as primeiras, coleccionou os segundos. Faz vista grossa à aversão que suscita, em particular na enfermeira e na empregada doméstica, mas continua a preocupar-se com os impostos (a quem doar a colecção de selos?). A narrativa apoia-se num compósito de doença, sexo, traição, arrivismo, segredos e acidentes naturais. Fora do huis clos, o filho Miles, de quem Bruno se afastou no dia em que o viu casar com uma indiana, que entretanto morreu. Sem surpresa, Murdoch manipula tudo de forma admirável. Cinco estrelas. Publicou a Relógio d’Água.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

TRAGÉDIA EM GÉNOVA


Era meio-dia na Itália quando colapsou uma secção de 200 metros da Ponte Morandi, que liga o centro da cidade ao aeroporto. Até ao momento estão confirmados 11 mortos, mas a polícia local diz que o número é cinco vezes superior. Dezenas de pessoas continuam debaixo dos escombros. O tabuleiro, que ruiu de uma altura de 45 metros, caiu numa área ocupada por prédios de apartamentos, centros comerciais, instalações fabris e uma linha férrea, arrastando camiões, autocarros e outro tipo de viaturas.

À esquerda da imagem vê-se um camião parado à beira do precipício. Clique na foto de El País.

AQUARIUS, AGAIN

Lembram-se da saga do Aquarius, que teve um final feliz porque, acabado de empossar, o novo Governo espanhol tinha de passar uma imagem simpática?

Pois bem, a SOS Méditerranée, que fretou o navio, voltou à carga. Anda há quatro dias à deriva, porque nem a Itália, nem Malta, nem a França, nem sequer a Espanha, autorizam atracação. A bordo, 141 migrantes.

Hoje, por decisão do Governo britânico, Gibraltar retirou a bandeira ao navio. Argumento: estando registado como navio de investigação, não pode resgatar migrantes.

Assim vai o mundo, dizia o Pessa.

sábado, 11 de agosto de 2018

V. S. NAIPAUL 1932-2018


V.S. Naipaul, escritor britânico de origem indiana, morreu na noite deste sábado. Faria 86 anos no próximo dia 17. Natural de Trinidad e Tobago, uma antiga Colónia britânica, Naipaul radicou-se em Londres em 1954. Na ficção e no ensaio, bem como nas memórias, escreveu extensamente sobre identidades em trânsito e o pós-colonialismo.

Uma Vida Pela Metade, romance de 2001, tem acção centrada em Maputo. Acusado de violência sexual por uma das suas amantes, politicamente incorrecto (em especial sobre o Islão e o colonialismo), misógino, cínico, fizeram lenda as querelas com vários dos seus pares. A rainha fê-lo cavaleiro em 1989. A obra mais aclamada continua a ser Uma Casa Para Mr Biswas, romance de 1961. Nobel da Literatura em 2001, Naipaul tem grande parte da obra traduzida em Portugal.

domingo, 5 de agosto de 2018

SHORT RENTING

O Presidente da República reconhece que o Parlamento tem produzido legislação de forma atabalhoada. Exemplo maior, o diploma sobre alojamento local. Mas então, se é assim, e qualquer pessoa reconhece que sim, por que razão o promulgou? Para proteger os centros históricos das cidades? Salvo esse detalhe (zonas de contenção a definir pelas autarquias), quase tudo o resto fica dependente de legislação a produzir no espaço de dois anos.

É o caso dos direitos dos condóminos em prédios onde coexista habitação permanente com short renting. Fica suspenso por dois anos e, não sendo alterada a redacção do actual diploma, as autarquias podem contrariar a decisão dos condóminos. Isto admite-se?

O Presidente considera questionável e desconexo, tem razão, mas promulgou. Porquê?

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

SAVIANO & VALE FERRAZ


Hoje na Sábado escrevo sobre Os Meninos da Camorra, do jornalista e escritor italiano Roberto Saviano (n. 1979), celebrizado pelos artigos que publicou sobre a Camorra napolitana e, em especial, pelo romance Gomorra, êxito planetário que deu origem a um filme e a uma série de televisão. Desde que o livro saiu, Saviano ficou com a cabeça a prémio, vivendo actualmente em Nova Iorque sob protecção policial. Decalcando factos reais, Os Meninos da Camorra prolonga a temática com enfoque no recrutamento de adolescentes. O título original, La paranza dei bambini, refere apropriadamente a ‘rede de pesca de arrasto’ (a paranza) que os traz à luz crua da morte. Os meninos são onze. Contra toda a evidência, fazem frente aos padrinhos das grandes famílias do crime. Violência, crime, escatologia, Maquiavel, WhatsApp, lugares-comuns. Como se o bestseller de 2006 estivesse a ser republicado em série. Agora são rapazes. O próximo será com mulheres? Por vezes, os diálogos soam convencionais. Dito de outro modo: não conseguimos ouvir um adolescente do submundo. O jargão é um adereço se a construção sintáctica não corresponder. Três estrelas. Publicou a Alfaguara.

Escrevo ainda sobre a reedição de Nó Cego, de Carlos Vale Ferraz (n. 1946), pseudónimo literário de um oficial dos Comandos. Ao contrário do que se diz, a guerra colonial não está ausente da literatura portuguesa. Uma série de obras menores aumentaram a bibliografia a partir de 1975, mas um leitor exigente encontra com facilidade dez títulos de referência. Estou a falar de ficção. Um desses títulos é Nó Cego, publicado pela primeira vez em 1982. Escrito a partir da sua experiência no terreno, com acção centrada em Moçambique no tempo em que Kaúlza de Arriaga era o chefe militar do território, o romance progride com a cadência adequada, transfigurando em literatura a mais importante campanha militar verificada naquela antiga Colónia, a Operação Nó Górdio (1970). Investigador de História contemporânea, o autor sabe dosear a intriga sem beliscar a realidade. Indispensável. Quatro estrelas. Publicou a Porto Editora.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

ROBLES SAI DE CENA


O óbvio ululante depois da marretada de Luís Fazenda.
Clique na imagem do Expresso.

APARTHOTEL ROBLES


Na sua forma actual, o Prédio Robles é um aparthotel. Dispõe de 10 aparts de dimensão variável (entre 28 e 38 metros quadrados), e uma suíte júnior com 41 metros quadrados.

Podia ser um lar da terceira idade, podia, mas para isso era necessária consciência social. Prédio para famílias viverem não é. O descritivo do anúncio da Christie’s é muito claro.

Clique na imagem.

domingo, 29 de julho de 2018

PRÉDIO ROBLES


Apartamentos prontos para serem utilizados em Short Term Rental — com maiúsculas e tudo —, sublinha, em português e inglês, o anúncio da Christie’s relativo à venda do Prédio Robles.

Ninguém está a dizer que isto não é legal. Ninguém está a dizer que isto não é o trivial do arrivismo gauchiste. Ninguém está a dizer que isto não é o sonho de todos os merceeiros enriquecidos. Há um porém: Catarina Martins, líder do BE, não pode vir dizer que os media inventaram o negócio. O anúncio esteve em linha desde Outubro de 2017. Só agora desapareceu.

Clique nas imagens.

sábado, 28 de julho de 2018

AINDA ROBLES


Pronto. O Prédio Robles foi comprado pelo vereador do BE numa hasta pública do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, ao tempo em que Pedro Mota Soares (CDS) era ministro. Fica sanada a minha perplexidade quanto a transacções deste tipo efectuadas sem concurso.

A base de licitação foi de 286 mil euros. Robles arrematou por 347 mil. E depois gastou 650 mil a restaurar e requalificar.

Quem avaliou o prédio por 286 mil euros, em 2014, não suspeitava que o valor de mercado, após restauro, fosse dezasseis ou dezassete vezes superior? Os peritos do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social não consultam as páginas das grandes imobiliárias?

Confirma-se ter sido a Caixa Geral Depósitos (Estado) a financiar o negócio?

Entretanto, o prédio foi grafitado com slogans iguais aos que o BE usa. Clique na imagem.

CASO ROBLES


Li o extenso statement que Ricardo Robles, vereador do BE na Câmara de Lisboa, publicou às 19:09 de ontem no esquerda.net (antes havia lido praticamente tudo o que há para ler sobre a compra e venda do prédio de Alfama de que é co-proprietário com a irmã emigrada na Bélgica). Acho curioso saber que o prédio foi comprado à Segurança Social, um organismo do Estado que, pelos vistos, pode vender património a privados, sem concurso público.

A partir daqui... não me interessa saber se comprou por 347 mil euros e pretende vender por 5,7 milhões. Nem que decidiu «colocar o imóvel em propriedade horizontal, de forma a poder dividir as frações entre mim e a minha irmã.» Nem o que combinou ou deixou de combinar com os inquilinos. Também não me interessa saber se tem, noutra freguesia de Lisboa, um apartamento de 85 metros quadrados colocado no mercado de arrendamento por 1.300 euros mensais.

Porém, a confirmar-se, interessa-me saber por que razão a Autoridade Fiscal avaliou o prédio em 314 mil euros, ou seja, um valor inferior ao da compra. A juntar aos 347 mil pagos pelo prédio degradado, as obras de restauro e requalificação terão custado 650 mil euros. Então e a AF avalia em 314 mil o que vale 997 mil? Porquê?

Isto dito, lembrar que a actividade política tem custos. Como cidadão, Ricardo Robles tem todo o direito a especular no imobiliário. Como político, não tem. Ainda que fosse um daqueles de quem ninguém sabe o nome. Sucede que Ricardo Robles é um conhecido activista anti-gentrificação. Em que ficamos?

quinta-feira, 26 de julho de 2018

MOLINA & CANETTI


Hoje na Sábado escrevo sobre Como a Sombra Que Passa, do espanhol Antonio Muñoz Molina (n. 1956). Pela segunda vez, Lisboa está no centro de uma obra do autor. Aconteceu com o terceiro livro, acontece com o penúltimo. O livro acompanha o percurso de James Earl Ray, o assassino de Martin Luther King que passou nove dias em Lisboa, em Maio de 1968, antes de viajar para Londres, onde seria finalmente preso. A partir do assassinato de Luther King, influente pastor protestante e activista dos direitos dos negros norte-americanos, Molina mistura reminiscências pessoais com factos reais: «Passei demasiadas horas imerso na sua vida, dias inteiros, desde que cheguei a Lisboa.» A introspecção em torno do romance O Inverno de Lisboa (o terceiro livro) acompanha os detalhes desse intervalo lisboeta de Ray. Uma coisa serve a outra. Molina tenta imaginar Ray à deriva na capital portuguesa: um americano pobre, racista, alegadamente sem amigos ou qualquer espécie de contactos em Portugal. Faz isso à boleia da sua experiência de jovem escritor de visita a Lisboa, em 1987 (com apenas dois livros publicados, Molina era então funcionário subalterno da Câmara Municipal de Granada). Terreno escorregadio: dose elevada de autobiografia, dose residual de ficção e ‘reportagem’, nos interstícios uma da outra. Nada que o autor não tenha feito antes. O narrador, Molina himself, cita autores, filmes, actrizes, realizadores, músicos, canções, exegeses de Nabokov, lembranças de Juan Carlos Onetti a pretexto de Lolita, etc., sem que esse estendal de ‘erudição’ tenha relevância para a intriga. Nem sequer serve para contextualizar o caldo de cultura de onde surgem homens como Ray. Mas o exercício deve estar na moda, porque Salman Rushdie faz exactamente o mesmo no seu último romance. Não havia necessidade. A pulcritude de Lisboa é outro óbice. O retrato de Ray é contraditório. Não é plausível ver um fugitivo a encher a bagagem com livros. Um homem que nem tinha a noção de quem era Luther King. Matou-o porque era negro, e os tribunais do Tennessee tendiam a ser benevolentes com assassinos de negros. Em suma, não faz sentido. Três estrelas. Publicou a Ponto de Fuga.

Escrevo ainda sobre O Archote no Ouvido, segundo volume da autobiografia do búlgaro Elias Canetti (1905-1994). Não obstante o Nobel da Literatura, e o facto de ser um dos grandes autores de língua alemã dos últimos cem anos, Canetti tem uma presença discreta na edição portuguesa. O Archote no Ouvido, agora traduzido, é uma boa oportunidade para compreender a sua vida e obra. Este volume reporta aos anos que vão de 1921 a 1931, entre Frankfurt, Viena, Berlim e de novo a capital austríaca. Antes disso tinha havido Manchester, Lausanne e Zurique, cidades onde Canetti viveu a infância, mas O Archote… começa com a chegada à Alemanha, onde o autor fará a sua formação. Descendente de judeus sefarditas, Canetti foi toda a vida um nómada. Em 1938, o Anschluss provocou a fuga de Viena para Londres, tornando-se cidadão britânico em 1952. Massa e Poder (1960), estudo do domínio da multidão sobre o indivíduo, fez de Canetti um nome de referência. Desembaraçadas, eruditas, fluentes, estas memórias corroboram o prazer do texto. Ler Canetti é ler o mundo. Cinco estrelas. Publicou a Cavalo de Ferro.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

INCÊNDIOS GREGOS


O número de mortos subiu para 80. Mas continuam desaparecidas cerca de 100 pessoas. Evangelos Bournous, presidente da Câmara de Rafina-Pikermi, confirmou terem sido destruídas mais de 1.500 residências. A área florestal ardida é superior a dois mil hectares.

Clique na manchete do jornal grego Kathimerini.

terça-feira, 24 de julho de 2018

GRÉCIA ARDE


Morreram até ao momento 62 pessoas, vítimas dos incêndios que deflagraram ontem na Grécia, três dos quais às portas de Atenas. Feridos com queimaduras são mais de 170, metade em estado grave. Este número inclui crianças.

Foram retirados dos arredores da cidade de Rafina, uma das áreas mais afectadas, os corpos carbonizados de 26 pessoas. O Governo decretou o estado de emergência e pediu ajuda internacional. A autoestrada Olympia, que liga Atenas ao Peloponeso, foi encerrada.

Na imagem, uma rua da estância balnear de Mati, na costa da Ática.

Foto de El País. Clique.

COMENTÁRIOS PARA QUÊ?


Argumento da Academia: enquanto Provedor da Santa Casa, financiou com meio milhão de euros a edição, pelo Círculo de Leitores, da obra completa do padre António Vieira.

Clique na imagem do Expresso.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

PEDRÓGÃO GRANDE


Pedrógão Grande recebeu até ao momento 18,5 milhões de euros de donativos em dinheiro. Desse total, 15 milhões já foram aplicados. A maior fatia saiu do Fundo Revita (o 'Fundo de Apoio às Populações e à Revitalização das Áreas Afectadas' pelos incêndios de Junho de 2017), fundo estatal que agrega a recolha de donativos em dinheiro. Talvez esteja na altura de prestar contas ao país.

A infografia é do Jornal de Notícias. Clique.

domingo, 22 de julho de 2018

AXIMAGE


Sondagem da AXIMAGE divulgada hoje pelo Correio da Manhã e pelo Jornal de Negócios.

Maioria de Esquerda = 55,5%. Sozinho, o PS ultrapassa o PSD em 11,8% (e a PAF em 4,4%). A abstenção é de 35,4%.

Clique no gráfico do Negócios.