sexta-feira, 25 de março de 2022

A ÚLTIMA FRONTEIRA


Estamos todos a pagar a factura da nossa indiferença face à anexação da Crimeia pela Federação Russa em Março de 2014. Quando isso aconteceu, fazendo tábua rasa do direito internacional, a Europa e a administração Obama assobiaram para o lado. O que está em jogo na Ucrânia é o nosso futuro como civilização.

Trinta dias de confronto deram origem a seis milhões de deslocados no seu próprio país, quatro milhões de refugiados no Ocidente, meio milhão de deportados para a Rússia, milhares de civis mortos, corredores humanitários atacados à bomba, cidades destruídas, tráfico de seres humanos, crise económica planetária, etc. Kiev ainda não caiu. Só cairá se a Rússia adoptar a solução final. Se isso acontecer, a NATO intervirá. Não pode ficar de braços cruzados como ficou há oito anos.

Um dia saberemos o que levou Putin a supor que a invasão da Ucrânia seria um remake da libertação de Paris, em Agosto de 1944, quando os franceses receberam os militares americanos com flores, beijos e canções. Quem terá convencido Putin dessa ilusão?

A “operação especial militar” que visava “desnazificar” a Ucrânia foi prevista para durar umas horas, porque, julgavam os idiotas de todos os matizes, a chegada do primeiro tanque ao Donbass levaria Zelensky a fugir para o Ocidente e a população ucraniana a receber os “libertadores” em triunfo. Nada disso aconteceu. A Ucrânia resiste, a Ucrânia vai continuar a resistir, para desgosto dos “pacifistas” que apelam à capitulação de um Estado soberano.

A guerra na Europa atrapalha o querido mês de Agosto? Paciência. 

Na imagem, Tetiana Chornovol, uma militar ucraniana, carrega um míssil anti-tanque. Clique.