segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

ÂNGELO DE LIMA


UM POEMA POR SEMANA — Para este domingo escolhi o mais famoso poema de Ângelo de Lima (1872-1921), o simbolista que, tal como seu pai — o poeta Pedro de Lima —, morreu louco.

Natural do Porto, Ângelo de Lima nasceu no seio de uma família burguesa. Frequentou o Colégio Militar de Lisboa, de onde foi expulso, e a Academia de Belas Artes do Porto. Em 1891, integrado numa expedição a Manica e Sofala, cumpriu serviço militar em Moçambique.

Além de poeta, foi também pintor. Tendo poemas publicados em vários jornais e revistas literárias, uma delas o n.º 2 de Orpheu (1915), não publicou nenhum livro em vida. A sua breve Autobiografia foi publicada em 1992. O aparecimento da obra em volume deve-se a Fernando Guimarães, que em 1971 publicou as suas Poesias Completas.

Em 1894 foi internado no Hospital do Conde de Ferreira, no Porto, por alegadamente manter relações incestuosas com uma filha natural de seu pai. Teve alta ao fim de quatro anos, indo então viver para o Algarve. Em Dezembro de 1901, por ter dito um palavrão, foi preso no Teatro Dona Amélia [actual Teatro de São Luiz], de Lisboa. Internado no Hospital de Rilhafoles, ali permaneceu até morrer.

O poema desta semana foi publicado em várias revistas literárias a partir de 1900. A imagem pertence a Século de Ouro. Antologia Crítica da Poesia Portuguesa do Século XX, organizada por Osvaldo Manuel Silvestre e Pedro Serra, publicada em 2002 pela Cotovia e Angelus Novus.

[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda, Merícia de Lemos, Vasco Graça Moura, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, Natércia Freire, Gomes Leal, Salette Tavares, Camilo Pessanha, Edith Arvelos, Cesário Verde, António José Forte, Francisco Bugalho, Leonor de Almeida, Carlos de Oliveira, Fernando Assis Pacheco, José Blanc de Portugal, Luís Miguel Nava, António Maria Lisboa, Eugénio de Andrade, José Carlos Ary dos Santos, António Manuel Couto Viana, Ruy Cinatti, Al Berto, Alexandre O’Neil, Vitorino Nemésio, David Mourão-Ferreira e Miguel Torga.]

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