domingo, 12 de dezembro de 2021

ARY DOS SANTOS


UM POEMA POR SEMANA — Para este domingo escolhi Soneto Presente de José Carlos Ary dos Santos (1936-1984), o homossexual politicamente incorrecto que embaraçava o PCP.

Nascido em Lisboa no seio de uma família da alta burguesia com origens aristocráticas, abandonou a casa de família na adolescência. Ainda não tinha dezasseis anos quando se estreou em livro (Asas, 1952), embora a obra canónica comece apenas onze anos mais tarde, ao publicar A Liturgia do Sangue (1963).

Como muitos outros poetas, fez da publicidade a sua profissão. O facto de ter sido um letrista profícuo — escreveu cerca de mil canções — e famoso, e de ter vencido quatro edições do Festival da Canção da RTP, colocou-o à margem da Academia. Contudo, de Amália a Simone, poemas seus são cantados por quase toda a gente que conta na música portuguesa. Morreu de cirrose semanas depois de completar 46 anos.

O poema desta semana pertence a Resumo (1972), edição do autor a partir da qual foi obtida a imagem do poema.

[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda, Merícia de Lemos, Vasco Graça Moura, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, Natércia Freire, Gomes Leal, Salette Tavares, Camilo Pessanha, Edith Arvelos, Cesário Verde, António José Forte, Francisco Bugalho, Leonor de Almeida, Carlos de Oliveira, Fernando Assis Pacheco, José Blanc de Portugal, Luís Miguel Nava, António Maria Lisboa e Eugénio de Andrade.]

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