Nascida acidentalmente na cidade da Praia (Cabo Verde), Edith Arvelos veio para Lisboa ainda criança, aqui tendo frequentado o Colégio das Doroteias. Aos catorze anos foi para Lourenço Marques, onde concluiu o ensino secundário e fez estudos de piano com Yolanda Soares de Melo, professora de, entre outros, Sequeira Costa e Filipe de Sousa.
Nos anos 1960 passou em Lisboa uma larga temporada, estreitando com Fernanda de Castro a amizade iniciada em Lourenço Marques. Nessa ocasião privou com inúmeros artistas, poetas, músicos e intelectuais da entourage da família Ferro. Antes de regressar a Moçambique publicou Um Longo e Lúcido Olhar (1962), primeiro e único livro.
Personalidade discreta, nem por isso deixou de participar na vida cultural de Lourenço Marques, fosse no Círculo de Cultura Musical, fosse através da publicação de poemas e artigos (sobre música, literatura e cinema) na imprensa local.
Deixou Moçambique no fim de 1974, vindo viver para casa de Fernanda de Castro, onde lhe sobreviveu e residiu até morrer. O n.º 5 de Poetânea (2006) acolhe a homenagem que nesse ano lhe foi prestada por um grupo de amigos.
O poema desta semana pertence à primeira edição de Um Longo e Lúcido Olhar — uma segunda edição, acrescentada, foi publicada em 2001 —, a partir da qual a imagem foi obtida.
[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda, Merícia de Lemos, Vasco Graça Moura, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, Natércia Freire, Gomes Leal, Salette Tavares e Camilo Pessanha.]
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