domingo, 20 de junho de 2021

VASCO GRAÇA MOURA


UM POEMA POR SEMANA — Para hoje escolhi os fantasmas coloquiais de Vasco Graça Moura (1942-2014), voz central da poesia portuguesa contemporânea e um dos intelectuais mais influentes do século XX português.

Natural do Porto, advogado, deputado à Assembleia Constituinte, eurodeputado no Parlamento Europeu (1999-2009), exerceu vários cargos institucionais, tais como, entre outros, os de secretário de Estado em dois Governos Provisórios (no IV, da Segurança Social; no VI, dos Retornados), director-geral da RTP, presidente da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, representante de Portugal no Conselho da Europa, presidente da comissão executiva das comemorações do centenário de Fernando Pessoa, presidente da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-95), comissário de Portugal para a Exposição Universal de Sevilha, director da Fundação Casa de Mateus, membro do conselho consultivo da FLAD, membro do conselho-geral da Comissão Nacional da UNESCO, director do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian e, nos dois últimos anos de vida, presidente do CCB.

Além de poesia, escreveu ensaio, ficção, crónicas e um diário, tendo organizado antologias de poesia e prosa. Traduziu Dante, Shakespeare (os sonetos), Petrarca, Rilke, Villon, Ronsard, Moliére, Voltaire e outros.

Em 1998 foi-lhe atribuída a Medalha de Ouro da Cidade de Florença pelas suas traduções de Dante. Mais tarde (2002), o ministério italiano da Cultura distinguiu-o pelas traduções de Dante e Petrarca. Uma das marcas da sua passagem pela IN-CM foi a edição integral da Enciclopédia Einaudi. Em Portugal recebeu todos os prémios que havia para receber, incluindo, em 1995, o Prémio Pessoa. Foi condecorado várias vezes, em Portugal e no Brasil.

Militante do PPD/PSD, apoiou a reeleição de Eanes (contra o candidato da AD) e, a partir de 1986, liderou o Movimento Contra o Acordo Ortográfico. Por mais de uma vez recusou ser ministro da Cultura. Homem de Direita, o seu ecumenismo é reconhecido por todos os quadrantes ideológicos. Teve quatro filhos de três casamentos. À data da sua morte vivia com a investigadora Maria Bochicchio.

O poema desta semana integra A Furiosa Paixão Pelo Tangível (1987). A imagem foi obtida a partir do primeiro volume de Poesia Reunida, publicado pela Quetzal em 2012.

[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda e Merícia de Lemos.]

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