Sophia nasceu no Porto em 1919 e passou a infância na casa do Campo Alegre. Em 1944 — ano de publicação do primeiro livro — veio para Lisboa, casando em 1946 com o advogado Francisco Sousa Tavares, de quem se divorciou em 1988. O casal teve cinco filhos, entre eles o jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares e a professora e poeta Maria Andresen.
Em Livro Sexto (1962), Salazar é descrito como “velho abutre”. Católica progressista, dirigiu o Centro Nacional de Cultura a partir de 1965. Integrada nas listas da CEUD, concorreu às eleições de 1969 pelo círculo do Porto e, em Dezembro do mesmo ano, com o marido preso em Caxias, fez parte do núcleo fundador da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos.
Amiga desde sempre de Soares e Maria Barroso, abriu a sua casa para o Partido Socialista delinear ali, na Travessa das Mónicas, o primeiro congresso. Eleita deputada do PS à Assembleia Constituinte (1975), recusará mais tarde os cargos de secretária de Estado da Cultura e de embaixadora de Portugal em Paris. Apenas aceitará, em 1987, ser chanceler das Ordens Honoríficas Portuguesas, cargo que manteve durante três anos.
Além da vasta obra poética, de traduções (Camões e Pessoa para francês, Shakespeare e Claudel para português, etc.) e organização de antologias, Sophia escreveu contos, ensaios, peças de teatro e literatura para a infância. Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (1981), recebeu, entre outros, o Prémio Camões (1999). Vítima de acidente vascular cerebral, faleceu a 2 de Julho de 2004, no Hospital Pulido Valente, de Lisboa.
Em 2014, no dia do décimo aniversário da sua morte, os restos mortais foram trasladados do cemitério de Carnide para o Panteão Nacional, acto transmitido em directo por vários canais de televisão.
Escrito no início dos anos 1970, o poema desta semana pertence ao livro O Nome das Coisas, publicado em 1977. A imagem foi obtida a partir de Obra Poética (2015), publicado pela Assírio & Alvim.
[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna e Mário de Sá-Carneiro.]
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