segunda-feira, 22 de março de 2021

CENTENÁRIOS


Estamos no ano dos centenários de Carlos de Oliveira e Natália Nunes. Oliveira nasceu a 10 de Agosto, Natália a 18 de Novembro de 1921. Presumo que a Academia esteja atenta às datas.

Poeta, romancista e cronista, Carlos de Oliveira nasceu em Belém do Pará, no Brasil. Em 1923 veio para Portugal, radicando-se a família na região da Gândara. Estreado em livro em 1937, só considerará como parte da bibliografia a obra publicada a partir de 1942. Unanimemente considerado o poeta mais importante do neo-realismo português, distingue-se também como romancista. Na ficção, a obra mais conhecida é Uma Abelha na Chuva (1953), romance que Fernando Lopes passou ao cinema em 1972. Em Trabalho Poético (1977), Oliveira refunde e reescreve a poesia publicada, acrescentando ao volume os dez poemas de Pastoral. Nunca exerceu qualquer profissão. Viveu em Lisboa entre 1948 e 1981, ano da sua morte. O espólio do autor encontra-se depositado no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira.

Romancista, contista, ensaísta, memorialista e tradutora, Natália Nunes é natural de Lisboa. Estreada em livro em 1952, pode dizer-se que foi uma feminista avant la lettre, embora o activismo institucional não dê por isso. A vários títulos, Assembleia de Mulheres (1964) é uma obra precursora. Entre outros, escreveu sobre Dostoievski, Raul Brandão e Carlos de Oliveira. Nas muitas traduções que fez, destacam-se as de Balzac e Violette Leduc. Foi bibliotecária-arquivista e conservadora do Arquivo Nacional da Torre do Tombo e da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Foi casada com António Gedeão, de quem teve uma filha, a escritora Cristina Carvalho. Faleceu em 2018.

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