domingo, 22 de novembro de 2020

COMO VI THE CROWN 4


Breve nota acerca da quarta temporada da série de Peter Morgan sobre o reinado de Isabel II.

Olivia Colman igual a si mesma, mas melhor agora que na temporada anterior. Que pensará a rainha? Na próxima temporada o papel caberá a Imelda Staunton.

Josh O’Connor muito bem como Carlos.

O mesmo se diga de Charles Dance como Mountbatten, último vice-rei da Índia, vítima de um atentado do IRA, em Mullaghmore, na Irlanda, em 1979.

Helena Bonham Carter melhor que na temporada anterior. Margarida fez tudo a que tinha direito, mas a forma como foi retratada na 3.ª temporada não lhe faz justiça, nem sequer a Helena Bonham Carter, que é uma grande actriz no papel errado. Isto dito, o episódio sobre a depressão que antecede a descoberta das primas Katherine e Nerissa Bowes-Lyon, internadas no hospício de Earlswood, para doentes mentais, resgata-a do flop. [O “caso” das manas Bowes-Lyon só chegou ao conhecimento do público em 1987, causando grande controvérsia.] No tempo do episódio que o relata, ainda é um segredo bem guardado.

Emma Corrin não vai completamente mal, mas está longe de fazer lembrar Diana. Digo eu, que não morria de amores por Lady Di. Claro que há duas Dianas: a sonsa e a estrela planetária. E esta 4.ª temporada, terminando no Natal de 1990, quando, em Sandrigham, Diana diz ao sogro que pondera sair do casamento, ainda só mostra a fase sonsa.

Gillian Anderson faz uma Thatcher muito rígida. Por rígida não me refiro ao determinismo das convicções políticas. Digo rígida no sentido de parecer um pau. Se calhar era assim, mas não corresponde à imagem que passava para o público. Parece-me extremamente artificial.

Nicholas Farrell, que envelheceu mal desde A Jóia da Coroa (1984), faz de Michael Shea, o secretário de imprensa da rainha que se tornou autor de bestsellers depois de deixar Buckingham na sequência do diferendo com Thatcher. 

A relação de Carlos e Camilla ilustrada sem paninhos quentes. São amantes, ponto final. Todos sabem: a rainha, o marido de Camilla, Diana, o staff dos palácios, primeiros-ministros, diplomatas, etc. Diana paga-lhe na mesma moeda, dormindo com quem lhe apetece. A Coroa não se comove com histórias de boudoir: Sempre assim foi e será, diz algures a rainha-mãe, interpretada por Marion Bailey.

Tenho pena que a Guerra das Falkland seja tratada às três pancadas, até por comparação com os detalhes da  “exoneração” de Thatcher, provocada pela demissão de Geoffrey Howe.

Apesar das ressalvas, gostei francamente.

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