sábado, 28 de novembro de 2020

A FRONDA


A má vontade contra Graça Feitas, directora-geral da Saúde, é um fenómeno que não consigo classificar. Amigos meus, nenhum deles residente na área metropolitana de Lisboa, encontram-se entre os seus mais estrénuos detractores. Sendo eles (esses meus Amigos) pessoas civilizadas, informadas, cultas, progressistas, etc., o tipo de pessoas que não ficam com azia quando vêem mulheres em lugares de topo, a sua má vontade deixa-me perplexo. Enfim, cada um tem direito às suas opiniões. Eu, por exemplo, não gosto de ostras e considero Proust um bocejo.

Isto dito, já não compreendo, ou talvez compreenda demasiado bem, que haja tantos assalariados dos media a invectivarem a directora-geral da Saúde.

Por exemplo, o «Público» escreve hoje: «Presidente e primeiro-ministro desautorizaram a DGS de uma forma inédita ao porem em causa as conclusões do grupo de trabalho que não deu prioridade na toma de vacinas a maiores de 75 anos.» Desautorizaram?

Vejamos: esse grupo de trabalho reporta directamente à ministra e tem um coordenador-chefe, de seu nome Francisco Ramos, médico, consultor da OMS, professor na Escola Nacional de Saúde Pública, antigo presidente do IPO de Lisboa e, desde 1997, secretário de Estado da Saúde em cinco governos.

Admitindo que o draft do relatório do grupo de trabalho encarregue de gerir a vacinação preconize aquilo que os media dizem que preconiza, as perguntas têm de ser feitas ao Dr. Francisco Ramos e não à Dra. Graça Freitas.

É muito estranho andar tanta gente a fazer de conta que não sabe da existência de um responsável pelo grupo de trabalho que vai gerir a vacinação covídica.

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