sábado, 4 de janeiro de 2020

EM QUE FICAMOS?


Vejo gente a rasgar as vestes por terem pichado uma instalação de Pedro Cabrita Reis em Leça da Palmeira. Crime, sem dúvida.

Mas não vejo essas pessoas preocupadas com a vandalização de Lisboa e outras cidades. Património histórico, edifícios acabados de recuperar, muros, viadutos, estações de metropolitano, sinais de trânsito, etc., nada tem escapado à pichação.

Um italiano, de nome Geco, vandalizou centenas de sinais de trânsito (e estações de comboio, e placards do metropolitano) em toda a cidade, sem que as autoridades reagissem.

A Câmara de Lisboa não pode escudar-se no diferendo jurídico que há dois anos a opõe ao Tribunal de Contas, a pretexto de que foi chumbado o ajuste directo para a remoção de graffitis.

Portanto, em que ficamos? Estando a falar do mesmo crime, não podemos ter dois pesos e duas medidas. A pichação operada na instalação de Pedro Cabrita Reis é o corolário de uma pulsão que tem sido acarinhada pelos mesmos que hoje rasgam as vestes.

Clique na imagem.