Feito a partir de I Heard You Paint Houses, o livro de Charles Brandt que narra a vida de Frank Sheeran, o gangster irlandês que assassinou Jimmy Hoffa (o líder sindical que durante dez anos chefiou a todo-poderosa International Brotherhood of Teamsters, ou seja, a central de sindicatos dos motoristas americanos), O Irlandês é um exercício enfadonho sobre o mundo do crime, com a duração de três horas e meia. Metade chegava.
De Niro e Pacino iguais a si próprios, Joe Pesci muito bem, reconstituição de ambientes perfeita. Não chega. Por alguma razão Hollywood rejeitou sucessivamente o projecto de Scorsese. Seria a Netflix a pegar nele por 160 milhões de dólares.
O filme corrobora enfaticamente a tese que atribui à Máfia a responsabilidade pelo assassinato de Kennedy. A morte do Presidente retira de cena o irmão Robert (o gajo voltou a ser apenas um advogado), o procurador-geral que combateu o crime organizado, mas Hoffa acabou condenado e preso, em 1967, embora Nixon o tenha indultado em 1971. Assassinado em 1975, o corpo de Hoffa nunca apareceu por, alegadamente, ter sido cremado.
O Irlandês teve estreia mundial no Festival de Cinema de Nova Iorque, no passado 27 de Setembro, estando disponível na Netflix desde 1 de Novembro.
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