Espanha está muito perto de novas eleições legislativas ainda neste Verão. Em Abril, o PSOE foi o partido mais votado. Mas 28,7% e 123 deputados são insuficientes para a maioria absoluta. Mesmo juntando os 42 deputados do PODEMOS, a Esquerda institucional fica aquém. Só juntando os votos dos pequenos partidos autonómicos isso se consegue.
Desde a primeira hora, Sánchez foi claro: o PSOE aceita o apoio parlamentar do PODEMOS, mas recusa um Governo de coligação. Faz muito bem. Isto anda a ser repetido há três meses. No limite, o PSOE aceita que o PODEMOS indique personalidades independentes, de reconhecido prestígio, para ocupar lugares na máquina do Estado, ao nível de director-geral.
Neste momento, com 123 deputados, o PSOE está empatado com a Direita: os 66 do PP mais os 57 de CIUDADANOS. Para já, PP e CS recusam aliar-se à extrema-direita do VOX, que tem 24 deputados. Também não servia para nada, neste momento, mas pode servir para investir Casado ou Rivera após novas eleições.
A votação da investidura de Sánchez está marcada para o próximo dia 22. Sem maioria, repete-se a 23. E numa terceira e última oportunidade, a 25. A abstenção de um grande grupo (o PP ou o CS) seria suficiente para trocar as voltas à teimosia de Pablo Iglésias. A ver vamos.
Havendo novas eleições em Setembro, receio que aconteça ao PODEMOS o mesmo que aconteceu ao SYRIZA grego. Os espanhóis estão fartos de tanta coreografia. O impasse vai sair caro à Esquerda.
Clique na imagem.