sexta-feira, 17 de maio de 2019

EUROPEIAS 2019


Em Portugal, as eleições europeias de 2014 tiveram uma participação de 33,8% dos inscritos. Ou seja, uma abstenção de 66,2%. É inadmissível.

Mas nos últimos cinco anos muita coisa aconteceu na Europa: exacerbação dos nacionalismos, avanço da extrema-direita, xenofobia a Leste, paroxismo migratório, triunfo do populismo, novo tipo de relacionamento com países terceiros (em particular com os Estados Unidos, a Rússia e a China), ondas de choque do Brexit, consciência das alterações climáticas, regressão nos costumes, nova liderança do Eurogrupo, etc.

Isto muda por completo o perfil das eleições. A UE de 2014 já não existe. Estamos em 2019. Merkel deixou a liderança da CDU. António Costa substituiu Passos Coelho. Macron substituiu Hollande. Sánchez substituiu Rajoy. May substituiu Cameron. Centeno substituiu Dijsselbloem. Marcelo substituiu Cavaco. Antigos satélites de Moscovo são hoje repúblicas proto-fascistas.

A única coisa que não mudou foi a pobreza (e, muitas vezes, a javardice do discurso conservador-nacionalista) da campanha eleitoral. Mas temos de esquecer os tartufos que monopolizam feiras e televisões. É preciso mostrar-lhes que não vale tudo.

Depois de amanhã, mais de 20 mil portugueses votam por antecipação. É bom saber que tanta gente, impedida de votar no próximo dia 26, se preocupou em assegurar o voto antecipado.

A ver vamos se, no próximo dia 26, a abstenção continua a ser a escolha de dois terços dos potenciais votantes.

Clique na imagem.