Completam-se hoje 45 anos de regime democrático, ou, se preferirem, 45 anos de Segunda República. O facto de já ter durado mais do que durou o Estado Novo (1933-1974) não nos autoriza a baixar a guarda.
A Primeira República (1910-1926) foi interrompida pelo pronunciamento dos militares que desceram de Braga a Lisboa para impor a ditadura militar, travestida de civil com a eleição de Carmona, por sufrágio universal, em 1928.
Infelizmente, tal como a Primeira República não conseguiu mudar as mentalidades do país monárquico, conservador e ultramontano que dominou o país durante a primeira metade do século XX, o regime democrático, ou, se preferirem, a Segunda República, não tem sido capaz de fazer a pedagogia da democracia.
É contra o laissez-faire galopante que temos de lutar todos os dias.