Não percebo a gritaria actual em torno de Nicolás Maduro. Desde 2013, ano da morte de Hugo Chávez, que Maduro ocupa o cargo de Presidente da Venezuela. Ocupou-o 72 horas após a morte do antecessor, contra o que diz a Constituição venezuelana, a qual estabelece, no seu artigo 233.º que, por morte do Presidente, o cargo é assumido pelo presidente da Assembleia Nacional, que em 2013 era Diosdado Cabello. Mas o Tribunal Supremo de Justicia de Caracas legitimou Maduro.
Nesse mesmo ano realizaram-se eleições, que Maduro “venceu”, tal como “venceu” as realizadas em Maio de 2018. Portanto, se querem formalidades, elas têm sido cumpridas. Sabemos como é, porque Portugal passou pelo mesmo entre 1926 e 1974.
Isto dito, a gritaria faria todo o sentido se tivesse começado em Março de 2013. Agora é tarde. Pedro Sánchez, líder do PSOE e presidente do Governo da Espanha, ouviu o que não queria. E os pruridos da UE chegam tarde.
Juan Guaidó, 35 anos, presidente da Assembleia Nacional venezuelana desde 5 de Janeiro, esperou 18 dias para declarar-se Presidente da Venezuela interino, desencadeando a tranquibérnia actual no passado dia 23.
Washington, Berlim, Paris, Londres, Tóquio, etc., já o reconheceram, mas a história está longe de acabar.
O que Maduro tem feito na Venezuela não é muito diferente do que Assad faz na Síria. Falta só a guerra civil.
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