quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

JONATHAN FRANZEN


Hoje na Sábado escrevo sobre O Fim do Fim da Terra, a nova e muito estimulante colectânea de ensaios de Jonathan Franzen (n. 1959). Pássaros, aquecimento global e vida literária são três dos vários assuntos abordados. O primeiro dos dezasseis textos aqui reunidos diz respeito à natureza actual do ensaio: micronarrativas publicadas nas redes sociais, domínio do EU nos media de referência, «testemunho introvertido na primeira pessoa» (os livros de Rachel Cusk e Karl Ove Knausgard), idiossincrasias dos críticos literários, etc. Uma das conclusões: «E a ficção literária, por sua vez, aproxima-se cada vez mais do ensaio.» Noutro registo, um ensaio sobre o 11 de Setembro é do melhor que se tem escrito acerca da tragédia. Edith Wharton merece páginas de grande empatia, numa close reading que ‘obriga’ o leitor a reler a obra da autora, em especial A Casa da Alegria. África, onde turistas ricos vão experenciar ilusões («criar memórias») em resorts protegidos de doença e miséria, suscita reflexões pertinentes. Sherry Turkle, a guru do MIT, serve de pretexto para introduzir o tema das novas tecnologias. Francamente bom. Cinco estrelas. Publicou a Dom Quixote.