A maioria das pessoas desconhece que os prémios literários, como os de outras áreas, exigem candidatura prévia. Uma candidatura envolve burocracia e, no caso do Nobel, esses trâmites obedecem a protocolos estritos. Não chega um jornal ou associação corporativa proclamar que fulano é o nosso candidato. Em Estocolmo estão vacinados para candidaturas virtuais. Adiante.
Descendo do Panteão à realidade portuguesa. Uma candidatura ao mais obscuro prémio literário envolve coisas tão esotéricas como, por exemplo, atestado de residência do autor. Ponto decisivo: se o editor, por desleixo ou má-fé, não candidatar determinada obra, ela fica de fora. E muitos esquecem-se dessa obrigação. É tão simples como isto.