Não é de agora. Sempre os estrangeirados foram olhados de soslaio pelo establishment nacional. Tiago Brandão Rodrigues é o alvo mais recente. Oriundo do Cancer Research da Universidade de Cambridge, o ministro da Educação tem contra ele o poderoso lobby católico que sustenta os colégios ‘privados’ que comem à mesa do Orçamento de Estado. Para fazer o trabalho sujo aparece sempre alguém.
Desta vez foi um docente da Universidade de Coimbra a acusar Tiago Brandão Rodrigues de ‘burla’ — uso indevido de dinheiros da FCT —, em 2001, durante a primeira fase do um projecto de investigação. Sucede que Tiago Brandão Rodrigues foi para a Universidade do Texas, desligando-se do projecto inicial, e devolveu à FCT o montante da bolsa que lhe fora atribuída. A FCT já desmentiu a cabala («Nunca existiu sobreposição entre a bolsa de doutoramento atribuída pela FCT e qualquer outra bolsa»), tendo facultado cópia do cheque de 2002 que prova a devolução do dinheiro. O ministro vai processar a criatura que fez a denúncia.