Fernanda Câncio assina hoje no Diário de Notícias uma reportagem sobre o voto em Marisa Matias. Sou uma das pessoas que Fernanda Câncio ouviu. Resumo do meu statement:
Voto sempre no PS ou em candidatos apoiados pelo PS [que nestas presidenciais] teve um comportamento completamente desastroso. Costa foi inteligente em distanciar-se. Sampaio da Nóvoa [era] uma candidatura muito artificial: era o candidato do Livre, nunca me convenceu. Aliás se houvesse segunda volta entre Marcelo e Nóvoa, eu não ia votar. Não querendo votar contrariado num candidato em que não acreditava, nem na Maria de Belém que teve uma declaração de voto contra o casamento de pessoas do mesmo sexo [andei] muito tempo a pensar votar em branco. Mas depois comecei a ouvir a Marisa, a gostar do que ela dizia. Informei-me sobre o percurso dela, e gostei. No fundo, ela convenceu-me. Havendo um deserto do outro lado, a personalidade dela impôs-se. Foi o discurso dela, a postura dela; o BE não é para aqui chamado. E votei com toda a convicção. [Conheço] muito mais gente nestas circunstâncias, tudo burgueses que oscilam entre PS e PSD. Marisa sensibilizou imensa gente, é ver como em todos os distritos andou nos 10%, não só nas grandes cidades. Tenho amigos de direita, direita mesmo, que votaram nela. As pessoas gostam dela. E se para mim não pesou nada o facto de ser mulher, acho que as mulheres sentiram muito esse apelo. Começam a sentir que se não forem elas a puxar por elas, nunca mais.
É isto que eu penso, escrevo e assino, ao contrário de outros que guardam de Conrado o prudente silêncio (cf. Boileau). Disse.
Imagem: Diário de Notícias. Clique.