quinta-feira, 20 de agosto de 2015

DAMON GALGUT


Hoje na Sábado escrevo sobre Verão Ártico, do romancista e dramaturgo sul-africano Damon Galgut (n. 1963), que neste livro ficciona parte da vida de E. M. Forster. Forster é um nome central da literatura de língua inglesa, autor de romances que o cinema popularizou — entre vários, sirva de exemplo Passagem para a Índia, de David Lean —, livros de viagem, biografias, o libreto de uma ópera de Britten, bem como colectâneas de crítica literária e ensaios, entre eles o imprescindível Aspects of the Novel, de 1927. Galgut faz um compósito dos vários períodos em que o autor de Howards End viveu na Índia, em especial a época em que foi secretário pessoal do marajá de Dewas. O romance subsume informação dos diários e da correspondência de Forster, com envios à respectiva obra. Importa referir que Arctic Summer é o título de um romance que Forster começou a escrever em 1909 mas nunca concluiu. O plot gira em torno da condição homossexual de Forster: equívocos, aventuras a coberto da permissividade que o cargo permitia, paixão não correspondida por Syed Ross Masood (e outros), etc. Edward Carpenter e Kavafis surgem citados em nome próprio, na medida em que Forster privou com ambos. Longe de ser o melhor livro de Galgut, Verão Ártico lê-se com agrado. Três estrelas.