quinta-feira, 1 de julho de 2021

RESILIÊNCIA

Com os bares e discotecas de todo o país de portas fechadas há 15 meses, a sobrevivência do sector (empregados e proprietários) é um mistério.

Se as estatísticas estão correctas, cerca de 70% da hotelaria nacional esteve encerrada entre 2020 e 2021, conforme os casos, entre seis e oito meses. Porém, algumas unidades fecharam de vez.

Quanto se sabe, um terço dos restaurantes, de Norte a Sul, encerrou a sua actividade logo no ano passado, uns durante o primeiro confinamento, outros no Outono. Mesmo podendo fazê-lo, vários restaurantes do eixo Lisboa-Cascais deixaram de servir jantares, encerrando às 20h (não estou a falar de pequenas unidades familiares, mas de estabelecimentos altamente profissionalizados). Apesar do layoff, os despedimentos sucedem-se.

Alegadamente, o alojamento local sofreu um rombo superior a 60%.

Com tudo isto, era de supor uma correcção de preços e regras. Mas em Portugal acontece exactamente o contrário. Reservas que podiam ser canceladas até à antevéspera, ficam agora bloqueadas com oito dias de antecedência. Os hotéis subiram as tarifas. Tradicionalmente feito no checkout, o pagamento passou a ser efectuado no acto da reserva. A maioria dos restaurantes aumentou os preços. Mesmo nos matos mais desleixados, tudo o que seja campestre, seja lá o que isso for, faz-se pagar ao nível de Mustique (ilhas Granadinas). A TAP ainda não reembolsou passageiros impedidos por lei de viajarem para o Brasil em Fevereiro. E por aí fora.

É bem verdade que as leis do mercado não correspondem, entre nós, ao bom senso.