quarta-feira, 15 de julho de 2020

A TRANQUIBÉRNIA


Seis anos e 4.117 páginas depois, foi deduzida ontem a acusação contra Ricardo Salgado e outros dezassete responsáveis pela implosão do Grupo Espírito Santo. Sete empresas também foram acusadas. Está em jogo um buraco de 11,8 mil milhões de euros.

Acusação: associação criminosa, corrupção activa, falsificação de documentos, burla qualificada, etc. Portanto, em 2036 talvez haja novidades.

Ainda bem que a TVI lembrou ontem, com imagens eloquentes, os statements feitos ao longo de meses por Cavaco, Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e Carlos Costa. Em Junho de 2014 ainda o PR, o primeiro-ministro, a ministra das Finanças e o governador do Banco de Portugal garantiam que o Banco Espírito Santo tinha uma idoneidade só comparável à Senhora de Fátima, levando milhares de portugueses (sobretudo emigrantes na Suíça e no Luxemburgo) a comprar acções obrigacionistas e outro tipo de lixo. 

E quando foi da resolução, Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque também garantiram enfaticamente que os portugueses não pagariam um cêntimo pelo Novo Banco. Viu-se.

Está na altura de Vítor Gonçalves Loureiro (RTP) fazer duas entrevistas: uma a Cavaco Silva, outra a Miguel Frasquilho.

Imagem: excerto da capa do Público. Clique.