segunda-feira, 17 de junho de 2019

AGORA SÃO POUCOS?

Nos últimos trinta anos, o estribilho preferido da Direita tem sido: A Função Pública tem gente a mais. Um milhão, vociferavam os mais atrevidos. Na realidade, o pico nunca chegou a 600 mil (sendo 25% professores). Fizeram-se estudos comparativos e o facto é que temos o mesmo rácio dos países europeus com população equivalente à nossa.

A excepção é o Reino Unido, onde magistrados, polícias, militares, professores, médicos, etc., não são funcionários públicos.

Sócrates apertou a regra do funil (uma única admissão por cada duas saídas) e Passos induziu reformas antecipadas no ensino básico e secundário. E assim se chegou à situação de reconhecer que há necessidade de admitir 50 mil novos funcionários para manter oleada a máquina do Estado.

Isto não tem nada a ver com a semana de 35 horas de trabalho, como quis fazer crer Marques Mendes no seu programa da SIC.

Desde 1979 que a carga horária da Função Pública correspondia a 35 horas por semana. E nessa altura toda a gente bramava com o excesso de funcionários. Foi o Governo de Passos & Portas quem aumentou a carga horária (ao mesmo tempo que cortava subsídios e fazia disparar a carga fiscal para níveis obscenos), e foi o Governo actual quem repôs a semana de 35 horas sem que, como devia, tivesse alterado de forma eficaz a grelha fiscal.

O programa do PS para as próximas Legislativas prevê mexidas sérias na Função Pública (salários e contratações), como anunciou António Costa. A ver vamos.