segunda-feira, 4 de abril de 2022

O MASSACRE DE BUCHA


Face a dezenas de vídeos e fotografias divulgadas por sites de jornais e televisões de todo o mundo, passei as últimas 24 horas em estupor.

O levantamento do cerco russo a Kiev deixa ver o rasto de devastação que assola as áreas periféricas da capital ucraniana, em especial as cidades de Irpin e Bucha.

Corpos mutilados, cadáveres de mulheres estupradas, crianças com a cabeça esmagada, cães e gatos esventrados, corpos amontoados em valas comuns, homens enforcados, carros incendiados, prédios destruídos, viadutos colapsados, bunkers inutilizados, tanques russos carbonizados, centenas de minas terrestres espalhadas por vias de comunicação, etc. Não há palavras para descrever o horror. Também não há água, nem electricidade, nem mantimentos.

Quando julgávamos impossível a repetição de Srebrenica e dos snipers de Sarajevo, eis que Bucha nos lembra que tudo pode regredir com a rapidez de um fósforo.

Que perante tudo isto haja gente capaz de falar em “encenação”, só acrescenta uma intolerável quota de nojo à realidade. Afinal, se houve (e continua a haver) quem negasse o Holocausto, por que não haveria agora igual número de energúmenos?

Intencionalmente, a imagem é a mais benigna que encontrei. Clique.