domingo, 29 de agosto de 2021

FRANCISCO BUGALHO


UM POEMA POR SEMANA — Para este domingo escolhi Dúvida de Francisco Bugalho (1905-1949), o poeta que melhor retratou os dias parados no tempo.

Conhecido como poeta da melancolia alentejana, Francisco Bugalho nasceu no Porto, numa família da alta burguesia com raízes em Castelo de Vide.

Após haver colaborado em vários jornais e na influente revista — aliás ‘folha de arte e crítica’ — Presença, estreou-se em livro com Margens (1931). Em 1932 radicou-se em Lisboa, onde concluiu o curso de Direito, casou e lhe nasceu o primeiro filho, o futuro poeta Cristovam Pavia. Radicado em Castelo de Vide a partir de 1933, cidade onde exerceu funções de Conservador do Registo Predial, também se dedicou à agricultura.

Em 1960, Régio fez para a Portugália a introdução da sua poesia completa. Além de poesia, Bugalho escreveu um romance (inédito) e traduziu autores como Hawthorne e Stevenson. Morreu aos 43 anos, na sua casa de Castelo de Vide.

O poema desta semana pertence a Canções de entre Céu e Terra (1940). A imagem foi obtida a partir de Poesia (1998), volume organizado por Luis Manuel Gaspar, João Filipe Bugalho, Maria Jorge, Luís Amaro e Diana Pimentel. Prefaciado por Joana Morais Varela, publicado pela Editora LG, com ilustrações de Luis Manuel Gaspar, vasta iconografia, cronologia, tábua de variantes, extractos de correspondência e minuciosa bibliografia, Poesia é, pelo esmero gráfico e rigor bibliográfico, o livro com que sonham todos os poetas.

[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda, Merícia de Lemos, Vasco Graça Moura, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, Natércia Freire, Gomes Leal, Salette Tavares, Camilo Pessanha, Edith Arvelos, Cesário Verde e António José Forte.]

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