sexta-feira, 3 de abril de 2020

COVID-19 & IMOBILIÁRIO

Sempre me fez confusão o excessivo interesse dos media com as negociatas do imobiliário. Ainda me lembro de, em 2016, o Expresso ter chamado o assunto à sua primeira página durante semanas a fio. Não era caso isolado. Durante quatro anos consecutivos, toda a imprensa dedicou muito espaço ao tema.

Hoje, a manchete do Expresso Diário é esta: Começaram os saldos nas rendas em Lisboa.

Não sei se isto é verdade, nem me interessa. Admito que, por uma questão de sobrevivência, mais de 90% do que até há três semanas era short renting (a galinha dos ovos de ouro de fundos internacionais de especulação que desalojaram centenas de inquilinos por vezes de prédios inteiros) tenha de ser reconvertido em arrendamento normal. Se assim for, ou seja, se o mercado de arrendamento voltar à normalidade, será uma boa herança da pandemia.

Uma coisa sabemos: quando isto acabar, nada será como dantes. Nem o nosso quotidiano, nem o turismo tal como o conhecemos, nada.

O imobiliário, esse, bateu de frente com a realidade. Dito de outro modo, os preços praticados  na compra de casas, nos últimos meses, já terão desvalorizado entre 30 e 40%. E ainda a procissão vai no adro.