Os ministros Pedro Siza Vieira, da Economia, Alexandra Leitão, da Administração Pública, e Marta Temido, da Saúde, disseram ontem que o Governo ia divulgar, nas próximas horas, um despacho sobre as condições em que os trabalhadores do sector privado poderiam não comparecer ao trabalho sem perda da remuneração.
Pedro Siza Vieira foi muito claro: «Sem prejuízo das entidades patronais.»
Se tal despacho foi divulgado, desconheço.
Apenas sei que uma empresa mandou para casa, sem perda de remuneração, trabalhadores regressados de Itália. Mas fê-lo por iniciativa própria.
No Estado, também já foi garantido enfaticamente que as ausências são pagas a 100% (excluindo, como nas férias, o subsídio de almoço).
O ponto é: equiparar a quarentena a baixa médica significa que o trabalhador perde 45% do salário mais o subsídio de almoço. O famoso despacho visaria limar essa contradição, equiparando o modus operandi do Estado ao dos privados. Em que ficamos?
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