Morreu hoje Maria Isabel Barreno, escritora e feminista de origem caboverdiana, co-autora, com Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, de Novas Cartas Portuguesas (1972) e, por consequência, do affaire Três Marias, que teve ampla repercussão na imprensa internacional, em particular na francesa e britânica. Na ocasião, foi convidada a proferir conferências em universidades europeias e norte-americanas. Contudo, nem toda a obra ficcional tem esse recorte militante. Sirvam de exemplo, entre outros, romances como De Noite as Árvores são Negras (1968), Os Outros Legítimos Superiores (1970), Célia e Celina (1985), A Morte da Mãe (1989), Os Sensos Incomuns (1993), O Senhor das Ilhas (1994), As Vésperas Esquecidas (1999) ou Vozes do Vento (2009). Durante muitos anos, Maria Isabel Barreno foi responsável pelo ensino do português em França, país onde também exerceu funções de conselheira cultural na embaixada de Portugal. Publicou ainda ensaios de índole sociológica sobre a condição dos trabalhadores e, em especial, da mulher. Tinha 77 anos. Clique na imagem.