quarta-feira, 10 de agosto de 2016

DISCURSO DIRECTO, 40

Bárbara Bulhosa entrevistada hoje pelo Diário de Notícias. Excertos, sublinhados meus:

«[...] Esta nova geração de escritores não é assim tão extraordinária [...] Considero que os livros deveriam ser mais trabalhados antes de serem publicados e que os autores deveriam ter mais tempo para os rever e pensar. Um bom livro só o pode ser depois de muito maturado. [...] Está instalada uma máquina de fazer livros que tem muito pouco a ver com literatura. [...] Publico um livro quando acredito que tem leitores ou pertinência política ou social. Um editor é também um agente de divulgação cultural e política e quem disser o contrário não compreende o que faz. Vivemos em democracia e é preciso honrar a profissão. [...] Ao saírem 14 mil livros por ano, as livrarias estão sempre a receber novidades e a devolver os outros. O tempo de vida de um livro está em três semanas, um mês no máximo. [...] Não vejo grandes autores em Portugal que gostasse de editar. [...]»

Convém ler na íntegra. Ficamos a saber que a Tinta da China vai publicar Nelson Rodrigues, e nada me dá maior prazer.