quinta-feira, 24 de março de 2016

CLARO COMO ÁGUA

Passos Coelho, cujo Governo não mexeu um dedo para evitar ou sequer controlar os colapsos do BES e do BANIF, teve o topete de questionar António Costa sobre a sua legitimidade para interferir no BPI e no BCP. O primeiro-ministro deixou o líder do PSD a falar sozinho. Mas o Presidente da República foi claro. Na presença do primeiro-ministro, Marcelo afirmou:

«Justifica-se essa intervenção a pensar na estabilidade do sistema financeiro, a pensar na afirmação do interesse público. É natural que o Governo, como aliás todos os governos da União Europeia, estejam permanentemente atentos àquilo que é a garantia da estabilidade do sistema financeiro, nomeadamente quando essa liberdade envolve processos legislativos ou pode envolver. [...] A Constituição da República subordina o poder económico ao político e determina que o poder político salvaguarde um conjunto de princípios fundamentais do Estado de direito democrático. E aí justifica-se a intervenção dos órgãos de soberania, naturalmente em articulação com as entidades reguladoras