quinta-feira, 18 de novembro de 2021

NATÁLIA NUNES, CEM ANOS


Passam hoje cem anos sobre o nascimento de Natália Nunes (1921-2018), romancista, contista, dramaturga, ensaísta, memorialista e tradutora. Entre outros, Óscar Lopes cedo destacou a importância da sua Obra, publicada entre 1952 e 2006.

Estreada em 1952 com Horas Vivas: Memórias da Minha Infância, foi sempre, à margem de holofotes mediáticos e respaldo partidário ou corporativo, uma feminista avant la lettre.

Autora de extensa bibliografia em vários géneros, Natália Nunes distinguiu-se sobretudo na área da ficção. Obras como Autobiografia de uma Mulher Romântica (1955), O Caso de Zulmira L. (1967), A Nuvem (1970), Da Natureza das Coisas (1985) e As Velhas Senhoras e Outros Contos (1992) fazem dela um nome de referência na literatura portuguesa do século XX.

Publicada em 1970, a peça de teatro Cabeça de Abóbora é uma farsa demolidora do totalitarismo de Estado.

Na área do ensaio, destaque para As Batalhas Que Nós Perdemos (1973), obra que colige estudos sobre Augusto Abelaira, José Cardoso Pires e Raul Brandão.

Traduziu Dostoievski, Tolstoi, Simonov, Elsa Triolet e Violette Leduc, tendo, durante quarenta anos, colaborado com regularidade nos títulos mais relevantes da imprensa portuguesa.

Foi casada com o cientista, pedagogo e professor Rómulo de Carvalho, mais conhecido pelo pseudónimo de António Gedeão. Exerceu o cargo de conservadora da Torre do Tombo (1957-68) e fez parte da última direcção da Sociedade Portuguesa de Escritores, extinta pelo Estado Novo em Maio de 1965.

Sua filha, a escritora Cristina Carvalho, participa hoje, juntamente com a professora Teresa Sousa de Almeida, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, num colóquio de homenagem moderado pela professora Margarida Braga Neves, do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que terá lugar via zoom, a partir das 18 horas.

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