domingo, 11 de abril de 2021

GEDEÃO


UM POEMA POR SEMANA — Para hoje escolhi Homem, de António Gedeão (1906-1997), o poeta que deu coloquialidade ao barroco. Escreveu poesia, ficção, teatro, ensaio e memórias. A sua poesia encontra-se traduzida em vários idiomas.

Quando em 1956 surge na vida literária com o pseudónimo de António Gedeão, o pedagogo Rómulo de Carvalho, professor de física e química em liceus de Lisboa (1931-50 e 1957-75) e Coimbra (1950-57), contava já com títulos publicados nas áreas histórico-científica e pedagógica. Dito de outro modo, o divulgador de ciência deveio poeta.

Entre os seus alunos do Liceu Pedro Nunes que se notabilizaram na vida pública portuguesa conta-se Marcelo Rebelo de Sousa.

Natural de Lisboa, o dia do seu nascimento — 24 de Novembro — é celebrado desde 1996 como Dia Nacional da Cultura Científica.

Depois da sua morte, a Fundação Calouste Gulbenkian publicou (2010) um grosso volume de memórias que o autor dedicou aos futuros tetranetos.

Membro efectivo da Academia das Ciências de Lisboa, doutorado honoris causa pela Universidade de Évora (1995), Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (1996), foi-lhe concedida a título póstumo (2018) a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, da qual era Grande-Oficial desde 1987.

Casado em segundas núpcias com Natália Nunes, é pai da escritora Cristina Carvalho.

Desde 2012, o Prémio António Gedeão, criado por um sindicato de professores, distingue docentes com obra poética publicada.

O poema desta semana pertence a Movimento Perpétuo (1956), livro de estreia do autor. A imagem foi obtida a partir de Poesias Completas, volume publicado em 1964, com extenso prefácio de Jorge de Sena, na colecção Poetas de Hoje da Portugália Editora.

[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder e Florbela Espanca.]

Clique na imagem.