sábado, 14 de março de 2020

GAP FATAL


O vasto mundo soube da tragédia de Wuhan no dia 5 de Janeiro.

Alegadamente, tudo começara a 27 de Dezembro, com a divulgação do relatório do dr. Li Wenliang, o médico chinês que foi preso por divulgar a existência do vírus. Boatos, disseram os bonzos. Libertado por pressão internacional, morreu em serviço no dia 7 de Fevereiro, com 33 anos de idade.

Pouco depois da sua libertação, soube-se que o relatório do fim de Dezembro reportava a casos do início do mês. É natural: nenhum médico, em nenhuma parte do mundo, identifica um vírus novo em 24 horas.

Mas agora sabe-se mais:

O primeiro caso de infecção pelo Covid-19 foi registado a 17 de Novembro, e não a 8 de Dezembro, como referem algumas revistas médicas.

— As autoridades de Wuhan proibiram o registo de doenças infecciosas, sugerindo a indicação de outras patologias.

Os detalhes não ficam por aqui: vem tudo bem explicado no South China Morning Post.

Vamos ao que interessa.

— Apesar das medidas draconianas, a China anda há quatro meses a tentar conter o Covid-19.

— Durante 50 dias, dezenas de milhares de chineses fizeram viagens ao estrangeiro. A tragédia italiana não tem mistério: em 2019, a Itália recebeu cerca de cinco milhões de turistas chineses.

— Até à segunda semana de Janeiro, a opinião pública internacional desconhecia a existência da nova estirpe de coronavírus.

— Durante 50 dias, navios de cruzeiro atravessaram os mares com passageiros e tripulantes de todas as nacionalidades.

— Só a partir da segunda semana de Janeiro o vasto mundo começou a reagir. Fê-lo de forma tímida (veja-se o comportamento da OMS) e por vezes incoerente.

— De forma criminosa, a UE não foi capaz de coordenar planos de contingência supranacionais. Cada um faz o que quer.

Aqui chegados, esperar dias difíceis para os próximos meses.

Clique na dupla imagem do dr. Li Wenliang.