terça-feira, 15 de outubro de 2019

HAROLD BLOOM 1930-2019


Harold Bloom, o crítico literário mais influente dos últimos cem anos, morreu ontem à noite no hospital de New Haven (Connecticut) onde se encontrava internado.

Professor de Yale, Bloom deixou uma obra extensa, com vários livros publicados em Portugal, entre eles A Angústia da Influência, 1973, com tradução de Miguel Tamen, e O Cânone Ocidental, 1994, close reading da obra dos 26 escritores mais importantes da literatura ocidental, de Dante a Thomas Pynchon, com tradução de Manuel Frias Martins. Há outros.

Em língua portuguesa, publicadas no Brasil, estão traduzidas três obras incontornáveis: Poesia e Repressão, 1976, com tradução de Cillu Maia, Shakespeare: A Invenção do Humano, 1998, e Génio, 2002, ambas com tradução de José Roberto O’Shea. Sobre peças de Shakespeare escreveu vários outros livros. No famoso The Book of J., 1990, sustenta que longos trechos da Bíblia foram escritos por uma mulher.

Politicamente incorrecto, combateu a crítica marxista, o afrocentrismo e o feminismo, ou seja, aquilo que designava por escola do ressentimento. Admirava profundamente Emily Dickinson, Jane Austen, George Eliot, Virginia Woolf, Toni Morrison, Maya Angelou e Amy Tan. Detestava a saga Harry Potter e, de um modo geral, a cultura popular. Mas gostava de Álvaro de Campos e não desgostava de Saramago. Tinha 89 anos.

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