«Não é hora de nos apontarmos o dedo procurando os culpados. Importa que cada um assuma as suas responsabilidades na parte que lhe cabe. É assim que, imbuídos deste espírito, viemos junto das vítimas dos conflitos e dos angolanos em geral pedir humildemente, em nome do Estado angolano, as nossas desculpas públicas pelo grande mal que foram as execuções sumárias naquela altura e naquelas circunstâncias. [...] O pedido público de desculpas e de perdão não se resume a simples palavras e reflete um sincero arrependimento e vontade de pôr fim à angústia que estas famílias carregam por falta de informação quanto aos seus entes queridos.»
Liderados por Nito Alves, antigo ministro do Interior, e Sita Valles, mulher de José Van-Dúnem (irmão da actual ministra portuguesa da Justiça), os nitistas, ou Fraccionistas, todos dissidentes do MPLA, foram presos, torturados na ominosa Comissão das Lágrimas e, de seguida, executados sem julgamento prévio. Segundo vários historiadores, o número de vítimas do genocídio é de cerca de trinta mil.
Da vasta bibliografia sobre os acontecimentos, destaco Purga em Angola (2007), de Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus, publicado em Portugal pela Asa.
Na imagem, de cima para baixo e da esquerda para a direita, Nito Alves, José Van-Dúnem, Sita Valles e um jovem de barba e bigode que não sei identificar. Clique.