sexta-feira, 31 de maio de 2019

SABOTAGEM

O ministério das Finanças viu-se obrigado a mandar cancelar operações de fiscalização de casamentos e festivais de música, previstos para o Verão, planeadas à sua revelia, das quais tomou conhecimento pelos media.

Centeno foi claro:

«As acções de inspecção desenvolvidas por iniciativa regional não são previamente validadas, cabendo ao órgão de execução (o director de Finanças) definir a proporcionalidade entre os meios empregues e os objectivos visados. Uma acção inspectiva que perturbe o normal funcionamento de uma cerimónia ou festa de casamento não pode ser considerada proporcional face ao objectivo de fiscalização de cumprimento de obrigações fiscais. Essa é a orientação muito clara que foi transmitida à Autoridade Tributária

Daqui até Outubro vai valer tudo.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

ATÉ QUE ENFIM


Até que enfim. Mas levou 36 horas a reflectir. Era preciso tanto?

Clique na imagem do Expresso.

LEGISLATIVAS EM MARCHA


Sondagem da Pitagórica para o JN e a TSF hoje divulgada. Alvo: Legislativas.

Maioria de esquerda: 55,1%

PS 40,4%

PSD 22,5% / BE 8,2% / CDU 6,5% / CDS 6,1% / PAN 3,6% / ALIANÇA 1,5%

Clique na imagem do JN.

ESCLARECIDO


Para quem tinha dúvidas: foi  José Oliveira e Castro, Chefe das Finanças do Porto, quem ordenou (em segredo) os raides do Fisco e da GNR efectuados anteontem em Alfena, Santo Tirso, Trofa e Valongo. 

Clique na imagem do Jornal de Notícias.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

RED JOAN


Fui esta tarde ver Red Joan / Uma Traição Necessária, de Trevor Nunn, com a fabulosa Judi Dench no papel de Melita Norwood após ter sido acusada de espionagem, em 1999, com 87 anos.

Ao lado de Judi Dench encontramos uma surpreendente Sophie Cookson a fazer de Melita em nova, ou seja, nos anos de Cambridge, da Segunda Grande Guerra e do imediato pós-guerra.

Melita Norwood (1912-2005), inglesa, licenciada em física, trabalhou para o KGB — passando segredos sobre a bomba atómica — sem nunca sair de Inglaterra. A ponte era Leo, judeu alemão que também estudou em Cambridge, o namorado em cuja pele se meteu o actor Tom Hughes. E nós compreendemos Melita.

O filme é inspirado no romance de Jennie Rooney sobre a vida de Melita Norwood.

Clique na imagem.

A MANOBRA


O Governo já teve tempo de revogar (ou alterar) a Lei em vigor. Sem ela, a manobra, da responsabilidade do director da Autoridade Tributária do Porto, não teria sido possível.

Clique na imagem do Público.

QUEM AUTORIZOU?

Os raides a condutores, para cobrança coerciva de dívidas ao Fisco, efectuados com a colaboração da GNR à saída de autoestradas em quatro localidades do Grande Porto (Alfena, Santo Tirso, Trofa e Valongo), não foram decididos pelos serviços centrais da Autoridade Tributária. Ponto.

Quem autorizou? Já sabemos que a total autonomia das repartições de Finanças permite tudo. Mas esta operação tem outra escala. Visa mais longe.

Surpreendido, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais mandou cancelar a operação que terá incidido sobre 4500 viaturas.

Disse António Mendonça Mendes: «Esta situação não volta a ser repetida. Estamos a fazer um inquérito para determinar o enquadramento da operação e tirar todas as consequências que forem necessárias. Não apenas foi dada a ordem de cancelamento imediato assim que tive conhecimento desta operação que estava em curso, como foi dada ordem de cancelamento de qualquer operação desta natureza para cobrar dívidas

A partir do aparelho de Estado há muitas formas de boicotar a acção do Governo. Faltam 4 meses para as eleições Legislativas e o que não falta são apparatchiks com muita imaginação. À Direita e à Esquerda há muita gente incomodada com os resultados nacionais obtidos pelo PS nas eleições Europeias. Convinha averiguar.

terça-feira, 28 de maio de 2019

UMA CONVERSA SILENCIOSA


Eugénio Lisboa acaba de coligir num grosso volume de mais de quinhentas páginas, editado pela Imprensa Nacional, um conjunto de 74 ensaios publicados ao longo dos últimos anos. Reconheço a origem de alguns, mas não de todos. Desconfio que haverá meia dúzia de inéditos. Uma Conversa Silenciosa é portanto o livro mais recente do autor.

Os textos estão agrupados em três secções: Miscelânia / De portas adentro / De portas para fora. Intercalados com os de âmbito geral, uns quantos têm destinatário concreto. Casos de, entre outros, Alfredo Margarido, António Brotas, Ângelo (o pintor), António Figueiredo, Régio, Urbano Tavares Rodrigues, Alberto de Lacerda, Antero, Sérgio, David Mourão-Ferreira, Luís Amorim de Sousa, Onésimo Teotónio de Almeida, Pessoa, Florbela Espanca, Luís Amaro, Manuel Alegre, Rui Knopfli, Teresa Martins Marques, Germano Almeida, João Paulo Borges Coelho, Hemingway, P.G. Wodehouse, Robert B. Parker, Glória de Sant’Anna, Bernard Shaw, Lêdo Ivo, June Tabor (a cantora), Sartre e o poeta grego Ares Alexandrou.

Eugénio Lisboa tem o mérito de pensar pela sua cabeça, ao arrepio de modas, sem nunca deixar de ser claro, erudito e certeiro. Seja-me permitido destacar, entre os textos mais tocantes, o dedicado a Secotine — Mais literatura com gatos: my darling Secotine —, a gatinha que um dia deixou de fazer companhia ao escritor: «Tu eras a graça, a vida, [...] Eras a velocidade / encarnada, o gostoso / ir à nossa intimidade...» Quem prefira polémicas encontra aqui o famoso To Fuck, Or Not To Fuck: That Is The Question, resposta crua à magna questão colocada por António Lobo Antunes a propósito de Pessoa: «Eu me pergunto se um homem que nunca fodeu pode ser um bom escritor

Para memória futura fica ainda a carta aberta dirigida ao primeiro-ministro, que era então Passos Coelho, por ocasião do «tiroteio fiscal» sobre a terceira idade:

«O que é preciso é salvar os ricos, os bancos, que andaram a brincar à Dona Branca com o nosso dinheiro e as empresas de tubarões, que enriquecem sem arriscar um cabelo, em simbiose sinistra com um Estado que dá o que não é dele e paga o que diz não ter, para que eles enriqueçam mais, passando a fruir o que também não é deles, porque até é nosso

Honro-me de ter publicado essa carta neste blogue, nos ominosos tempos da troika, mas é bom que fique grafada em letra de forma

Há mais, evidentemente, mas não cabe nesta breve nota de leitura.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

NÚMEROS OFICIAIS


Resultados finais globais das eleições Europeias. Sozinho, o PS teve mais 113 953 votos que a soma do PSD com o CDS e a ALIANÇA.

Os mandatos ficam assim distribuídos:

9 do PS / 6 do PSD / 2 do BE / 2 da CDU / 1 do CDS / 1 do PAN

Clique no mapa da Comissão Nacional de Eleições.

EUROPEIAS 2019


Está tudo dito: o PS ganhou de forma clara.

Desde 1999 que o partido de Governo não ganhava as Europeias. Nesse ano, Soares foi o cabeça-de-lista do PS de Guterres.

A vitória do PS reflecte duas coisas: em primeiro lugar, reconhecimento da acção do Governo de António Costa. Em segundo, repugnância pela campanha suja de Paulo Rangel, que conseguiu a proeza de abrir um buraco de 11,5% [21,9 contra 33,4] entre o PSD e o PS.

21,9% corresponde ao pior resultado de sempre do PSD.

Em princípio, o PS ficará com 10 mandatos, o PSD com 5, o BE com 3, a CDU com 1, o CDS com 1 e o PAN com 1.

Clique na imagem.

domingo, 26 de maio de 2019

OBVIAMENTE


Qualquer que seja a nossa escolha, o importante é votar. Delegar numa minoria resultados que afectam a vida de todos é um acto irresponsável.